Copa do Mundo 2014 – dia 17


Júlio César foi o herói da partida e desabafou após a disputa de pênaltis

Se na sexta-feira não teve jogo de Copa do Mundo, o que se viu no sábado, principalmente no jogo Brasil x Chile, compensou as 24 horas sem futebol.

Não que o jogo no Minerão tenha sido espetacular. Longe disso. Mas foi uma partida carregada de tensão, em que o Brasil esteve a ponto de ser eliminado literalmente no último minuto da prorrogação!

O time brasileiro até começou bem, pressionando os chilenos e tentando fazer um gol logo no início. Mas ao tomar uma pancada no joelho, logo aos 5 minutos, o principal jogador da Seleção, Neymar, sentiu demais e se escondeu do jogo. Suas arrancadas características foram prejudicadas, bem como os dribles desconcertantes.

Após um suposto pênalti em Hulk, não marcado pelo juizão inglês Howard Webb, o gol brasileiro saiu de uma jogada de escanteio batido por Neymar. Thiago Silva desviou no primeiro pau e David Luis empurrou para dentro, dividindo com o zagueiro chileno. 1 x 0 e o Brasil não sendo ameaçado.

Após meia hora de jogo, em uma cobrança de lateral na defesa brasileira, Hulk recuou mal para Marcelo, o Chile recuperou a bola, que foi enfiada para Alexis Sanchez que não perdoou. 1 x 1!

O que se viu a partir daí foi um show de horrores. As fragilidades da seleção brasileira foram ressaltadas. Sem meio de campo, com Oscar parado na direita, Fernandinho tendo que perseguir o chileno Aranguiz e Neymar bem marcado e sentindo o joelho, a única solução foi a ligação direta defesa-ataque. Se até a Globo está batendo nesta tecla, é porque isso está muito evidente no time de Felipão.

Mesmo assim, o Chile só ameaçou Júlio César apenas uma vez, no segundo tempo, quando o goleiro brasileiro fez um milagre num chute à queima-roupa de Aranguiz. Neymar tentava, Hulk também, e nem a entrada de Jô, no lugar de Fred, serviu para alguma coisa. Serviu apenas para os brasileiros se perguntarem como Jô está na seleção!

Por incrível que pareça, as duas equipes jogaram para levar o jogo à prorrogação. O período complementar não foi muito diferente do resto da disputa. Chile compactado, Brasil abusando dos lançamentos da defesa, às vezes Hulk tentava um chute de fora, sempre defendidos pelo goleiro Bravo. Até que numa última investida, no último minuto da prorrogação, o atacante Pinilla calou o Mineirão, o Brasil e, por que não, o mundo. Um chute de fora da área explodiu no travessão de Júlio César! Por um instante, comecei a me perguntar o que aconteceria no país se aquela bola entrasse! Tenho certeza que muitos enfartaram com aquela bola chilena.

Mas o jogo terminou empatado e foi para os pênaltis, a primeira disputa da Copa, bem no primeiro jogo das Oitavas.

O que se viu entre o término da partida e o início das cobranças foi preocupante. Muitos jogadores brasileiros choravam, entre eles o capitão Thiago Silva e, principalmente, o goleiro Júlio César. Achei que a vaca tinha ido para o brejo. A instabilidade emocional da seleção estava evidente.

Mas quando começaram as cobranças, foi justamente Júlio César que se mostrou mais preparado. Talvez sua experiência tenha pesado. Talvez seu choro antes das cobranças tenham ajudado a aliviar a tensão. Mas o goleiro brasileiro defendeu duas cobranças. Não adiantou muito pois Willian e Hulk perderam para o Brasil. Na última cobrança da série, Neymar chamou a responsabilidade e bateu no canto oposto de Bravo. Aí foi a vez do chileno Jara, que mandou na trave esquerda do Brasil e decretou a classificação brasileira. A reação em campo deve ter sido a mesma no restante do país. Todos chorando, agradecendo aos céus e se abraçando. Neymar, Thiago Silva, Júlio César, todos pareciam ter tirado uma carga pesadíssima dos ombros.

Fica o susto e o medo que, deste jeito, a seleção não passa para as próximas fases da Copa. Sem qualquer preparo psicológico, a seleção está jogando no limite. Ninguém quer ficar lembrado como um novo Barbosa. O que não estão entendendo é que se continuar deste jeito, serão 23 Barbosas ao final da Copa.

O adversário do Brasil saiu do jogo seguinte, no Maracanã, entre Colômbia e Uruguai. E os colombianos confirmaram o futebol que os colocou em primeiro lugar do seu grupo na fase inicial e fizeram 2 x 0, ambos do novo artilheiro da Copa, James Rodrigues, um em cada tempo. O Uruguai bem que lutou, parou algumas vezes no goleiro colombiano Ospina, mas o baque que sofreu com a suspensão de Luizito Suárez abalou o time celeste.

Pelo que jogaram nestes 4 jogos, a Colômbia se mostrou melhor que o Brasil e seria favorita. Mas o peso da camisa, o fator local e, principalmente, a mudança de postura que todos esperam, credenciam a seleção brasileira a avançar às semifinais. Que esse sufoco contra o Chile sirva para mostrar aos jogadores que o Brasil não pode jogar com medo. A derrota é do jogo, mas a covardia não condiz com o time cinco vezes campeão mundial!

Os jogos do domingo definem o próximo jogo das quartas: Em Fortaleza, às 13 horas, Holanda x México fazem um jogo interessante, com os holandeses favoritos pelo que jogaram até agora. Mas o México, que tem uma boa equipe, pode surpreender. Às 17 horas, em Recife, as surpresas Costa Rica x Grécia definem qual a zebra que continua na Copa. Depois de passar por 3 campeões mundiais no Grupo da Morte (Uruguai, Itália e Inglaterra), os costa-riquenhos tem um leve favoritismo contra os pragmáticos gregos.

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