
Estava querendo escrever sobre o anúncio da unificação dos títulos brasileiros desde a divulgação pela imprensa.
Pode-se argumentar que, por ser parte interessada, já que sou palmeirense, minha opinião estaria distorcida. Mas não é bem assim. Tanto que o título deste post é EQUIPARAÇÃO e não UNIFICAÇÃO. Minha opinião é que a CBF apenas equiparou as conquistas da Taça Brasil e Robertão aos campeonatos nacionais.
Vou tentar explicar. A Taça Brasil, disputada entre 1959 e 1968 foi o primeiro campeonato de âmbito nacional no país. Apenas os campeões estaduais, naquela época muita mais fortes que atualmente, podiam disputar
o torneio. Não deixa de ser parecido com a proposta original da Copa do Brasil, onde apenas campeões e alguns vices estaduais poderiam jogar. Com o tempo, no entanto, a Copa do Brasil foi inchando e clubes passaram a ser “convidados”.
Não concordo com a tese defendida pelo PVC e outros jornalistas, comparando a Taça Brasil e a Copa do Brasil. Embora ambos sejam torneios eliminatórios, no estilo mata-mata, a Copa do Brasil nunca foi o principal campeonato do país. Sempre foi considerado um torneio secundário do Campeonato Brasileiro. Com a Taç
a Brasil, isso não ocorreu. Pelo menos não até o aumento do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (originalmente disputado apenas pelos clubes do Rio e São Paulo). Com a inclusão de times de outros estados, o campeonato passou a ser chamado de Robertão, isso a partir de 1967. O surgimento do Robertão fez com que a Taça Brasil perdesse importância, até ser encerrada em 1968. A partir daí o principal torneio nacional, que definia o campeão do Brasil, passou a ser o Robertão.
A única incongruência,na minha opinião, seria ter dois campeões nacionais em 67 e 68. Em 67, no entanto, o Palmeiras venceu ambos. Já em 68 deu Santos e Botafogo. Mas nada que já não tenha ocorrido em outros campeonatos, como o Flamengo em 1979, campeão do estadual e do campeonato especial após a unificação do Rio com a Guanabara. Ou mesmo diversos campeões paulistas no início do século XX, devido à divisão de entidades.
Mesmo na Argentina, nos dias de hoje, são definidos dois campeões nacionais por ano, um do Torneio Apertura e outro do Clausura.
Aos que argumentos que o Santos, por exemplo, foi campeão da Taça Brasil jogando 4 vezes apenas, isso se deveu pelo fato dos clubes mais fortes entrarem apenas nas fases finais do torneio. Da mesma forma que acontecia até bem pouco tempo na Libertadores, quando o campeão do ano anterior estreava apenas na fase de mata-mata. Ou o mesmo que acontece no Mundial de Clubes da Fifa, quando os clubes europeus e sulamericanos jogam a partir das semifinais.
Não vejo muito problema no caso das equipes terem esses títulos equiparados aos campeonatos brasileiros obtidos a partir de 1971. Antes disso, a Taça Brasil e o Robertão eram os principais torneios nacionais do país. o que se pode alterar é a forma de chamar os títulos: Santos e Palmeiras teriam 8 conquistas nacionais, mais 1 Copa do Brasil cada. E ponto final.
O barulho que a mídia fez e continua fazendo em cima do fato é só para alimentar a polêmica entre as torcidas e vender mais jornal. E por ser contra tudo que vem da CBF!