E não é que o polvo acertou de novo? Aliás, o bicho não errou um jogo nesse Mundial. Acertou os 7 jogos da Alemanha (inclusive a disputa do terceiro lugar) e cravou a Espanha campeã contra a Holanda.
Li antes da Copa uma história do Tostão, contando que no Mundial da Alemanha ele participou de um bolão na rádio em que trabalhava na época. E quem ganhou aquele bolão foi a copeira! Será que ela entende de futebol mais que o craque Tostão? Claro que não. Mas em certos jogos, pode ocorrer qualquer palpite . Um exemplo foi o jogo Brasil 1 x 2 Holanda. Não seria absurdo o Brasil ganhar aquele jogo, como não foi surpresa (a não ser para os mais fanáticos) a derrota do Brasil. Jogos em que duas seleções se equivalem são imprevisíveis. É o famoso “em clássicos, não há favoritos”.
Mesmo assim, a vitória da Espanha não foi surpresa. A equipe de Vicente del Bosque já era apontada como favorita antes da Copa, assim como o Brasil. O confronto deveria ter ocorrido em 2009, na final da Copa das Confederações, mas os espanhóis foram batidos pelos EUA. Dessa vez, quem não chegou lá foi o Brasil.
Apesar da derrota na estréia, contra a Suiça, os espanhóis mantiveram seu estilo nos jogos seguintes, baseado no toque de bola. Mesmo não fazendo muitos gols, a Espanha venceu todos os jogos seguintes e levou apenas mais 1 gol, do Chile. Chega a ser contraditório a equipe, conhecida pelo seu ataque, se destacar na defesa. Mas a força da Espanha estava mesmo no conjunto. Fernando Torres não esteve bem mas David Villa deu conta do recado. Pedro e Fábregas entraram bem na maioria dos jogos. E os meias Iniesta e Xavi mantiveram a boa fase do Barcelona e foram os maestros da Fúria.
A Holanda chegou credenciada por ter ganho todos os jogos das eliminatórias e da Copa, inclusive tendo eliminado o Brasil. Os destaques Sneijder e Robben jogavam o fino da bola e eram candidatos a craque da Copa. Mas o que se viu na final foi uma Holanda nervosa e por vezes violenta. Se não fosse a conversa mole do juiz inglês, mais holandeses deveriam ser expulsos antes de Heitinga, que recebeu o vermelho apenas na prorrogação. Mesmo assim, as bolas do jogo passaram pelo pés de Robben, que perdeu dois gols na cara de Casillas. Méritos do melhor goleiro da Copa!
O título acabou ficando com a melhor equipe, que vinha se preparando para o torneio desde a conquista da Eurocopa em 2008 e que manteve sua filosofia de jogo, mesmo com as (poucas) derrotas durante esse percurso. Seja bem vinda, Fúria, ao clube dos campeões mundiais!