Que o técnico Wanderlei Luxemburgo é diferenciado, todo mundo sabe. Sua fama de estrategista, aquele que melhor saber ver um jogo e ganhar a partida com uma substituição vêm desde os anos 90, quando surgiu para o futebol e se tornou técnico de ponta.
Mas ultimamente não é isso que vem acontecendo. Luxa tem metido os pés pelas mãos. Escalações absurdas, apostas em jogadores fracos e alterações “estranhas” só demonstram que o outrora estrategista precisa repensar a carreira.
Desde a conquista do Campeonato Paulista de 2008 o Palmeiras não tem padrão de jogo algum. Um Campeonato Brasileiro mais fácil dos últimos anos foi perdido de bobeira. O consolo foi a classificação para a Libertadores de 2009, graças à ajuda do Flamengo e de Caio Junior, derrotados na última rodada do nacional. Mesmo assim, o Palmeiras conseguiu uma vaga na fase preliminar (a chamada pré-Libertadores), tendo que disputar a vaga a quase 5 mil meltros de altitude contra o Real Potosí da Colômbia.
No Campeonato Paulista deste ano, o time iniciou desacreditado, sem Kléber, que foi para o Cruzeiro, e com a chegada de várias “promessas”, como Keirrison, Clayton Xavier, Marquinhos e Willians. Uma arrancada inicial espetacular garantiu a classificação às semifinais logo no início do torneio. Mas o começo do time no Grupo 1 da Libertadores foi trágico. Enquanto a classificação para as Oitavas do torneio sulamericano veio faltando 2 minutos do fim da partida contra o Colo-Colo, a final do Paulista escapava das mãos e dos pés, com a eliminação imposta pelo Santos.
Há muito tempo que o time não joga bem. Se em 2008 o time vivia das individualidades do Mago Valdívia (no primeiro semestre) e do gladiador Kléber (no segundo), dessa vez o time tem oscilado ainda mais. Clayton Xavier começou a ano arrasador, com gols e assistências. Depois seu futebol sumiu, só sendo lembrado pelo gol em Santiago. Diego Sousa acordou esse ano, nem parece o jogador apático de 2008. Se esconde em muitos jogos e vive de lampejos de criatividade, embora a raça demostrada este ano tenha ganho a simpatia da torcida após a briga com o santista Domingos.
Keirrison é um caso à parte. Começou como salvador da pátria, chegou a ser comparado ao matador Evair, consegiu a maior média de gols nos primeiros 10 jogos do clube mas depois passou a ser uma atacante apático, previsível, fugindo das divididas e fazendo questão de não chegar na corrida em nenhuma bola.
Com quase seis meses jogando junto, o time já deveria ter uma liga. O treinador ora escala um 3-5-2, ora um 4-4-2, ora um 3-6-1. Quando escala mal e/ou mexe mal o time, nunca assume seus erros.
A gota d’água da descaração foi o empate em casa contra o Nacional, do Uruguai. Dizer que o time empatou porque a torcida não apoiou é chamar todos os torcedores de idiotas. Ingresso mais barato a R$ 50,00 (Setor Visa a R$ 120,00), jogo no meio da semana às 22:00, chuva em São Paulo. Mesmo assim, o estádio estava lotado (o público oficial foi de 24 mil torcedores – não sei onde colocar mais 3 mil, já que, oficialmente, o Palestra comporta 27 mil).
Não acho que a torcida tenha o direito de vaiar e xingar um jogador durante o jogo. E isso eu já vi dezenas de vezes no estádio. Mas o “professor” não pode esconder seus erros, jogando a culpa pelo resultado para a galera.
Sou um dos maiores admiradores do técnico Luxemburgo, aquele dos anos 90. Mas hoje tenho que admitir que o manager tomaria um nó tático do Luxa dos anos 90.
Para o bem do clube, tanto futebolisticamente quanto financeiramente, o Professor Pardal deveria pegar o boné e pedir para sair. Quem entraria em seu lugar? Não sei. Não há nada de bom disponível na praça. Gosto do Cuca e do Dorival Junior. O primeiro acabou de ganhar seu primeiro título como treinador pelo Flamengo. Não trocaria o time carioca pelo Verdão. O segundo tem um projeto com o Vasco, na segunda divisão. Parece ter caráter e também não sairia do time da Colina. O sonho seria Felipão. Mas seria a mesma coisa que a Ana Paula Arósio me desse bola. Impossível!
O time até pode ser campeão da Libertadores, ganhar o Brasileiro e queimar a língua de todo mundo. Mas do jeito que está, parece que não vai a lugar nenhum. A impressão é que, com outro treinador, técnico e não manager, o time poderia estar voando.
Volta Luxemburgo dos anos 90. Fora Professor Pardal, comentarista da Rede Globo, blogueiro do UOL, manager…